As mãos que sustentam o Brasil: um canto para todos os trabalhadores

Um tributo poético aos trabalhadores com alma no Brasil: pescadores, lavradores, cozinheiros, professores, artesãos e tantas mãos que sustentam nossa cultura com dignidade.

Trabalhadores brasileiros exercendo ofícios tradicionais: agricultor cozinheiro, artesã e marceneiro
Trabalhadores brasileiros exercendo ofícios tradicionais: agricultor cozinheiro, artesã e marceneiro

As mãos que sustentam o Brasil: um canto para todos os trabalhadores

Antes do dia nascer, já há mãos acesas

Mãos que acordam antes do sol,
que preparam o pão,
que colhem silêncio no escuro do quintal
e transformam em sustento.

Mãos que não aparecem nas manchetes,
mas sustentam tudo o que é essencial.

Cada mão é uma história que o Brasil esquece de contar

Cozinheiros, lavradoras, caminhoneiros,
professores, carpinteiros, feirantes, pedreiros...

Não são apenas profissões.
São gestos que sustentam o país.
São ofícios que bordam o tecido invisível da nossa identidade.

Trabalho é herança que não cabe em diploma

O trabalhador brasileiro, com suas ferramentas,
suas roupas surradas,
sua sabedoria não escrita,
é um poeta silencioso que constrói esse país a cada manhã.

1º de Maio não é uma data. É um altar invisível

É dia de reconhecer,
de agradecer,
de lembrar com o peito cheio de cada mão que mantém o Brasil em pé.

Mãos que costuram, moldam, varrem, cuidam

Celebramos:

  • A mão que talha madeira

  • A que costura com linha torta e amor reto

  • A que molda o barro como quem escuta a terra

  • A que varre com dignidade salões e salas de aula

  • A que bate o pão, torra o café, arruma o feijão da feira

Também celebramos o invisível

A faxineira do hospital.
O porteiro da escola.
O ajudante de cozinha.
A lavadeira da vizinhança.

Mãos que ninguém vê,
mas que são a espinha dorsal de tudo.

Saberes que vêm do gesto e do olhar

O pescador que entende o tempo do rio.
A doceira que conhece o ponto pela espessura do aroma.
O serralheiro que lê o som do ferro em brasa.
O vaqueiro que canta para o gado e conversa com o céu.

O Brasil verdadeiro resiste nas mãos do povo

Mesmo sem reconhecimento,
mesmo com cansaço,
as mãos do povo seguem acesas.

Elas inventam o pão,
colhem o amanhã,
constroem memória com argamassa e saudade.

Trabalhador também é quem ensina com amor

A avó que ensina o ponto do bordado.
O tio que mostra como lançar a rede.
O mestre ferreiro que sussurra o segredo do fogo.

Trabalho é corrente entre gerações.
É semente que vira casa.
É pão que vira abraço.

Celebramos o Brasil que segura o país com as próprias mãos

O agricultor que respeita a lua.

O mecânico que sente o motor com o ouvido.

A costureira que repete gestos da infância.

O carteiro que entrega cartas com nome e coração.

Trabalhar é existir com dignidade

E isso não depende de cargo.
Depende de entrega.
De verdade.

O trabalho brasileiro é reza, é canto, é chão.

Cada trabalhador é uma chama. Cada jornada, um conto

Se você já lavou uma roupa no tanque,
já viu sua mãe carregar compra no colo,
já sentiu o cheiro do pão quente feito em casa —
então você sabe:
o trabalho é a alma do Brasil.

Dia do Trabalhador é dia de altar, pão e silêncio sagrado

Se for para fazer festa, que seja com:

  • Café coado na hora

  • Pão sovado com fé

  • Prosa sob a mangueira

  • Riso no banco de madeira

Porque é assim que o Brasil agradece:
em roda, em rede, em afeto.